"Senhores, o ser que chamamos de mulher não é A mulher. É uma degenerescência, uma cópia. A essência não está aí, nossa alegria e nossa salvação não estão aí"...
A Mulher de hoje e o seu “mistério” não é afinal mais do que a "dupla" natureza da mulher, e que não corresponderá em essência à dicotomia existente hoje em dia a qual reside em dividir e separar a mulher justamente nos aspectos que a tornam íntegra: sensualidade e erotismo, por um lado, e maternidade e doçura, por outro, numa alteridade desses mesmos aspectos, opondo-os. Por sua vez, estes mesmos aspectos correspondem à cisão da sua natureza em duas mulheres opostas: a de mulher-mãe, e a de mulher-amante numa oposição sexual-moral difundida pelas religiões patriarcais que as dividiram ao longo dos séculos. Estas duas mulheres confrontam-se e digladiam-se há séculos… sem saber que elas não são inimigas uma da outra, mas delas próprias … Essas mulheres agem como os homens e pensam como os homens, essas mulheres acusam as mulheres de educar os homens e sentem-se responsáveis e protectoras dos seus algozes, sentem-se culpadas quando são violentadas ou violadas como as “pecadoras” Eva e Maria Madalena o foram…
"Chamamos mulheres a seres que dela não têm senão a aparência, tomamos em nossos braços imitações de uma espécie inteiramente ou quase destruída."
in TANTRA - O CULTO DA FEMINILIDADE
de André Van Lysebeth
A Mulher de hoje e o seu “mistério” não é afinal mais do que a "dupla" natureza da mulher, e que não corresponderá em essência à dicotomia existente hoje em dia a qual reside em dividir e separar a mulher justamente nos aspectos que a tornam íntegra: sensualidade e erotismo, por um lado, e maternidade e doçura, por outro, numa alteridade desses mesmos aspectos, opondo-os. Por sua vez, estes mesmos aspectos correspondem à cisão da sua natureza em duas mulheres opostas: a de mulher-mãe, e a de mulher-amante numa oposição sexual-moral difundida pelas religiões patriarcais que as dividiram ao longo dos séculos. Estas duas mulheres confrontam-se e digladiam-se há séculos… sem saber que elas não são inimigas uma da outra, mas delas próprias … Essas mulheres agem como os homens e pensam como os homens, essas mulheres acusam as mulheres de educar os homens e sentem-se responsáveis e protectoras dos seus algozes, sentem-se culpadas quando são violentadas ou violadas como as “pecadoras” Eva e Maria Madalena o foram…
O que aconteceu foi que a sociedade e a religião ao separar a mulher da sua sensualidade em função de uma quase casta ou frígida e fiel esposa, elevando-a apenas à maternidade, criou uma enorme divisão no seu interior passando a outra parte de si para uma odiada rival Afrodite, a mulher atrevida e mais exposta ou, de forma mais radical, à prostituta de elites ou à mulher da rua. E isto cria um fosso enorme, psicológico e social entre as duas mulheres e acontece invariavelmente no caso de uma mulher querer reivindicar a sua sexualidade activa ao considerar-se uma mulher livre e não quiser ficar confinada à casa e ser meramente a fiel reprodutora, não se submetendo ao casamento-contrato ou mesmo dentro do contracto assinado, querer por exemplo ter direito ao seu prazer…
No Ocidente o homem casa com uma só mulher "sem sexo" - normalmente condenada à frigidez - apenas como procriadora e mãe dos filhos para depois desfrutar a prostituta que usa para conspurcar com o seu desejo casual de macho dividido no medo da mulher profunda e a sua (muitas vezes) impotência de frustrado... ou abandonado pela mãe!
No Oriente os homens têm logo à partida várias mulheres, normalmente ou excisadas (o contrário de excitadas… e por isso amputadas do clítoris) para não terem prazer! - a primeira esposa e as concubinas... todas elas fechadas em casa - os antigos gineceus; enquanto que os ocidentais têm as prostitutas no bordel ou na rua... ou têm duas casas por conta se a conta do banco é bastante...
No Oriente os homens têm logo à partida várias mulheres, normalmente ou excisadas (o contrário de excitadas… e por isso amputadas do clítoris) para não terem prazer! - a primeira esposa e as concubinas... todas elas fechadas em casa - os antigos gineceus; enquanto que os ocidentais têm as prostitutas no bordel ou na rua... ou têm duas casas por conta se a conta do banco é bastante...
Há alguma diferença?
Claro que me vão replicar que no Ocidente já nada se passa assim, mas, embora as aparências enganem, no inconsciente colectivo e no subconsciente dos homens e mulheres continua a imperar esses sentimentos atávicos, e o pior é que eles emergem da pior maneira, na violência doméstica e na criminalidade, na pedofilia até…
Sem dúvida que as mulheres ocidentais andam de mini-saia ou fazem top-less, andam de barriga ao léu e ganham dinheiro de todas as maneiras... e as orientais talvez só ganhem pedradas ou pancada e andam de cara tapada... mas todas são inferiorizadas e maltratadas, umas subtilmente, outras descaradamente e ninguém o quer admitir enquanto as santas são veneradas nos altares e propagam tabus seculares de mulheres sacrificadas e arrependidas que são salvas do pecado...
E assim o grande drama nas sociedades actuais são os filhos não legítimos ou os filhos da "puta"- como eles se chamam entre si . Esses são a grande maioria dos homens que neste mundo usam a violência e fazem as guerras. São esses os fanáticos de todos os géneros, terroristas e violadores, déspotas, filhos-frutos dessa divisão ancestral da mulher de que, sem dúvida, a primeira vítima é a própria mulher, mulher vazia de identidade e sem amor para dar, agrilhoada pela lei, enquanto que paradoxalmente o homem é o grande mutilado dessa grandeza da Mulher-Deusa como ser Total de que foi privado como filho e amante, pois é filho e amante de só uma metade mulher... Obrigatoriamente a senhora casada... ou a “outra” forçada a prostituir-se, de maneira refinada ou mais estilizada, dependentemente da forma de comercialização do seu corpo-objecto até a mais miserável das criaturas que se vende nas ruas de Lisboa, Paris ou Londres, como em qualquer outra cidade do mundo dito civilizado...
Claro que me vão replicar que no Ocidente já nada se passa assim, mas, embora as aparências enganem, no inconsciente colectivo e no subconsciente dos homens e mulheres continua a imperar esses sentimentos atávicos, e o pior é que eles emergem da pior maneira, na violência doméstica e na criminalidade, na pedofilia até…
Sem dúvida que as mulheres ocidentais andam de mini-saia ou fazem top-less, andam de barriga ao léu e ganham dinheiro de todas as maneiras... e as orientais talvez só ganhem pedradas ou pancada e andam de cara tapada... mas todas são inferiorizadas e maltratadas, umas subtilmente, outras descaradamente e ninguém o quer admitir enquanto as santas são veneradas nos altares e propagam tabus seculares de mulheres sacrificadas e arrependidas que são salvas do pecado...
E assim o grande drama nas sociedades actuais são os filhos não legítimos ou os filhos da "puta"- como eles se chamam entre si . Esses são a grande maioria dos homens que neste mundo usam a violência e fazem as guerras. São esses os fanáticos de todos os géneros, terroristas e violadores, déspotas, filhos-frutos dessa divisão ancestral da mulher de que, sem dúvida, a primeira vítima é a própria mulher, mulher vazia de identidade e sem amor para dar, agrilhoada pela lei, enquanto que paradoxalmente o homem é o grande mutilado dessa grandeza da Mulher-Deusa como ser Total de que foi privado como filho e amante, pois é filho e amante de só uma metade mulher... Obrigatoriamente a senhora casada... ou a “outra” forçada a prostituir-se, de maneira refinada ou mais estilizada, dependentemente da forma de comercialização do seu corpo-objecto até a mais miserável das criaturas que se vende nas ruas de Lisboa, Paris ou Londres, como em qualquer outra cidade do mundo dito civilizado...
* redigido em português de Portugal
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