Por todas nós

Por todas as filhas e velhas que, não obstante difamações culturais que digam o contrário, não obstante mágoas, decisões equivocadas, fracassos totais... são prova viva de que a alma ainda volta à vida, ainda vive, e de modo vibrante... por todas as filhas e velhas que, apesar de todas as fraquezas, apesar de toda alengalenga do ego que indicaria o oposto, há muito tempo têm certeza, ou acabam de ter um vislumbre, de que nasceram com a sabedoria no corpo e na alma, e que essa sabedoria é tanto sua herança dourada como seu estopim dourado. Por todas as filhas e mais velhas que estão criando as referências que mais importam: prova de que uma mulher é como uma àrvore gigantesca que, por sua capacidade de se mover em vez de permanecer imóvel, pode sobreviver às piores tempestades e perigos; e ainda estar de pé depois; ainda descobrir seu jeito de voltar a balançar, ainda continuar a dança. Por todas as filhas que ainda estão em formação, quer tenham acabado de começar, quer já tenham avançado no caminho, para se tornarem "ordinariamente majestosas" e tão sábias, indomáveis e perigosas quanto forem convocadas a ser - o que é muito. Muito. Muito.



Por elas...


por todas nós, Grande Avó e Grande Avô, Grande Neto e Grande Neta, da mesma forma... Que todos nós nos aprofundemos e vicejemos, que criemos a partir das cinzas, que protejamos aquelas artes, idéias e esperanças que não podemos permitir que desapareçam da face desta terra. Por tudo isso, que vivamos muito, e nos amemos uns aos outros, jovens enquanto velhas, e velhas enquanto jovens para todo o sempre.
Amém.
Encerra-se aqui as preces de gratidão retiradas do livro "A Ciranda das Mulheres Sábias", que carinhosamente venho compartilhando nos últimos dias, mas que não se encerre nossas preces por todas as mulheres a cada dia e a cada noite.
Que a Deusa abençôe a todas e todos!
Ana Paula Andrade

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